quinta-feira, 20 de maio de 2021

ENQUANTO POPULAÇÃO ESPERA, MÉDICOS SÃO DENUNCIADOS POR TOMAR TERCEIRA DOSE DE VACINA CONTRA A COVID-19


Os casos foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Casos aconteceram em São Paulo e foram denunciados ao conselho da categoria Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo registra pelo menos dois casos de médicos que omitiram já estarem imunizados com duas doses de vacina contra um Covid-19 para conseguir novas aplicações do imunizante como reforço. 

Os casos ocorreram nos dias 27 de março e na última segunda-feira 17, e foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Em comunicações internas da Prefeitura, às quais um CNN teve acesso, um pedido de orientação é feito pela direção da Covisa à Coordenação do Programa Municipal de Imunização. 

Os relatos mostram que, mesmo tendo as duas doses da Coronavac, nos dias 26 de janeiro e 26 de fevereiro, no Hospital Estadual de Sapopemba, o médico ortopedista Alexandre Felicio Pailo se dirigiu ao Mega Posto de vacinação do Clube Hebraica, no dia 17 de maio, para uma nova aplicação da vacina. Na denúncia também encaminhada ao Cremesp, é explicado que Pailo omitiu a informação de ter recebido anteriormente como doses, e, como o sistema Vacivida – o banco de dados do governo do estado para acompanhamento individualizado e em tempo real dos registros de pessoas imunizadas contra o novo coronavírus – estava oscilando, foi realizado o registro manual da aplicação de imunizante e ele mesmo uma terceira dose, dessa vez, da vacina Pfizer. “O mesmo foi questionado e orientado que, caso tivesse tomado a dose anterior, não seria vacinado; porém, notando que o sistema não estava online, fez o uso de tal recurso para se vacinar novamente ”, explica uma Direção Regional de Vigilância. 

A reportagem entrou em contato com Alexandre, que confirmou ter tomado a terceira dose da vacina, mas contestou que foi questionado pelas equipes de saúde se já havia feito alguma dose anterior. Ele não quis dar entrevista, mas afirmou que é portador de doença autoimune e, por isso, não teria sido imunizado contra o novo coronavírus, mesmo com as duas doses da vacina recebida. Outro caso Um outro caso foi constatado e definido como erro de imunização, no dia 27 de março, em um mega drive-thru da Subprefeitura de M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. Ofício da Covisa, também encaminhado ao Cremesp, conta que o médico Antônio Miguel Santiago dos Santos contém duas doses da Coronavac, nos dias 20 de janeiro e 12 de fevereiro, na Unidade Básica de Saúde Parque Reide (UBS), em Diadema. Mesmo assim, segundo a equipe de enfermagem conta por e-mail, Antônio não disse que já estava imunizado contra a doença e uma terceira dose de Coronavac também foi aplicada novamente sob uma justificativa de instabilidade no sistema de registro de controle.

 “No entanto, a UBS constatou que o usuário está ciente da sua prática, ou seja, ter mais de duas doses da vacina Covid-19 de forma intencional, visto ter realizado contato telefônico na UBS Zumbi dos Palmares, com o tom de intimidação informando que irá receber uma 4ª dose (seja na UBS ou em qualquer lugar do MSP). Diante do exposto encaminhamos o presente para as medidas cabíveis relevantes a este conselho ”, diz o coordenador da Covisa. 

Procurado, o médico Antônio dos Santos não foi localizado para comentar o caso. Por nota, o Cremesp confirma que verificadas duas denúncias e que está apurando os casos. As investigações tramitam sob sigilo determinado por lei. Em nota, a Prodesp, empresa de Tecnologia do governo de São Paulo e responsável pelo desenvolvimento do Vacivida, diz que, para garantir que a imunização seja feita por doses do mesmo fabricante, uma plataforma possui trava que impede inclusive o registro de dose adicional. O órgão destacou também que, mesmo pronto de encaixe lentidões sistêmicas, uma recomendação do governo é que o registro das doses seja feito posteriormente, de forma correta, e que a responsabilidade é de cada município. Procurada, secretaria municipal da Saúde de São Paulo manifestou-se por meio de nota. 

“A Prefeitura de São Paulo, por meio do Programa Municipal de Imunização (PMI), informa que a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) notificou por meio de ofício o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – CREMESP – sobre os dois casos relatados pela reportagem. Até a presente data, o município não registrou nenhum outro caso na capital. Os nomes dos envolvidos são comuns em sigilo para a devidas averiguações pelos Conselhos competentes. A Covisa acrescentaenta que nenhum dado foi divulgado pelo órgão. sistema Vacivida, o órgão esclarece que em casos e instabilidade, o Estado é comunicado imediatamente para que a solução ocorra da forma mais rápida possível “, disse.



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