SUSTENTABILIDADE: TJRN ENVIA MAIS DE 2 TONELADAS DE PROCESSOS EM PAPEL PARA DESCARTE EM COOPERATIVA DE RECICLAGEM

Ação do Tribunal de Justiça une descarte responsável de processos físicos com vertente social e geração de renda para famílias integrantes da Coocamar

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) enviou, nessa quinta-feira (25/6), mais de duas toneladas de processos em papel para trituragem na Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Desenvolvimento Sustentável do RN (Coocamar). Ao todo, foram disponibilizados para a ação social 5512 documentos que estavam guardados no Departamento de Recursos Materiais da Justiça Estadual potiguar. Vale salientar que esse acervo foi digitalizado, anteriormente.

Tais processos foram recolhidos da 4ª Vara de Execução Fiscal e da 1ª Vara Cível, ambos da Comarca

de Natal, e são resultado de uma seleção criteriosa realizada nos últimos seis meses. A eliminação dos processos passou por triagem, amostragem, organização e análise realizadas a partir do Núcleo Permanente de Avaliação e Gestão Documental, Memória, Informações e Dados Públicos (NUGEGID) e pelo setor de digitalização do TJRN.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Gestão Documental do TJRN, Adriana Carla Oliveira, o descarte desses documentos seguem as Resoluções n° 28/2018 e n° 36/2023, do Tribunal de Justiça, referentes à eliminação antecipada. A Resolução 36 preconiza que o processo, uma vez digitalizado, pode ser descartado caso esteja há pelo menos um ano no sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe). A exceção a essa eliminação de feitos físicos é apenas para o caso dos processos cíveis, que só podem ser descartados se já estiverem transitados em julgado.

“Desde que nós iniciamos o processo da nossa política de gestão documental, em 2018, já tínhamos essa ideia de responsabilidade social. É muito importante e forte que o nosso papel, que pode ser lixo pra nós, é, na verdade, uma fonte de renda e sobrevivência para outros. Fazer essa reciclagem de maneira sustentável, e nesse viés de responsabilidade, é algo muito importante para qualquer organização, e não seria diferente para o nosso Poder Judiciário”, ressalta Adriana Carla.

Trinta famílias são beneficiadas com esse tipo de iniciativa, exemplo para diversas instituições que precisam realizar descarte responsável de documentos

Renda

O presidente da Coocamar, José Paulírio Vicente, conta que a doação dos papéis para a reciclagem irá auxiliar na renda de cerca de 30 famílias beneficiadas pelo trabalho dos catadores.

“Para nós, catadores, é de suma importância a vinda desse material, porque vai nos somar financeiramente e nos traz credibilidade. A gente fica orgulhoso pelo fato de que estamos descaracterizando um produto que, se caísse em mãos erradas, sabe-se lá o que poderia acontecer. Saber que o setor público nos procura para dar o destino correto e de forma correta a esses dados, é a certeza de que estamos fazendo um trabalho certo”, destaca José Paulírio.

Outras instituições interessadas também podem destinar material reciclável para a cooperativa de coleta seletiva. Para isso, a Coocamar disponibiliza o telefone fixo e WhatsApp (84) 2130-4218.

*Texto e fotos: Thainá Trajano (SECOMS TJRN)