quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

DESEMBARGADORA JUDITE NUNES SE DESPEDE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA POTIGUAR APÓS 24 ANOS

Trajetórias de vida marcam o andar das instituições pelo tempo. Carreiras, realizações, coragem e o sentido de ter em mente, dia após dia, o cumprimento do dever em relação aos cidadãos. Não é diferente quando se olha para a história da desembargadora Judite Monte de Miranda Nunes, ao completar 24 anos de serviços prestados à magistratura potiguar, porque não dizer à sociedade norte-rio-grandense. Mais do que isso, foram 52 anos de profissão, dedicados ao Direito.

Discreta, honrou o sobrenome Monte, sobrinha dileta de Dom Nivaldo Monte, homem de religião e mais do que isso, de fé. Dedicada aos estudos, Judite imprimiu uma marca de seriedade, respeito e atitudes. Soube conquistar a admiração de quem conhece seus gestos de perto, sua preocupação com o fazer justiça, transmitindo seus valores para filhos e netos, abrangendo neste espaço, toda a equipe de assessores.

Judite Nunes não tornou-se uma vencedora apenas porque chegou ao cargo de desembargadora, degrau notável para quem ingressa na carreira jurídica. Venceu de forma mais ampla. Ao lado do procurador José Sátiro de Souza Nunes formou uma família, espalhando lições de saber e de vida para Rebecca, Dolores, Suzete, Cecília e Israel, genros, nora e netos. Juntos, superaram desafios, adversidades e trilharam caminhos.

Nesses 52 anos de jornada, soube enfrentar dias difíceis, noites e madrugadas de estudo, defender o cumprimento das leis, julgar, educar, transmitir valores, dialogar, sem perder a simplicidade. Com o ritmo e a inspiração da discrição, peculiar em seu labor. Colocou a mulher no lugar mais alto da magistratura do seu Estado. Deixa um exemplo perene de sensatez e robustez jurídica. Para atuais e novos profissionais do Direito e da Justiça.

Soube atuar em voo solo e em colegiado, respeitando os pontos de vistas, interpretações, posicionamentos. Em 1997, tornou-se desembargadora, na vaga aberta pela Emenda Constitucional nº 2, de 21 de outubro de 1997, correspondente ao quinto constitucional reservado aos membros do Ministério Público, conforme dispõe o artigo 94 da Constituição Federal, e o artigo 74, inciso II, da Constituição do Estado, sendo a segunda mulher a assumir o cargo de desembargadora do TJRN.

Essa natalense conclui sua história profissional no meio jurídico como vencedora. Manteve-se fiel a seus princípios, suas crenças, sua família, seu mister cotidiano. Este é seu maior testemunho e lição a nos dar.

MOMENTOS MARCANTES NA CARREIRA JURÍDICA DA DESEMBARGADORA

1969 – Conclui o curso de Direito da UFRN, sendo a aluna laureada de sua turma

1970 – Procuradora jurídica da CAERN

1971 – Ingressa no Ministério Público Estadual como promotora de Justiça

1987 – Torna-se procuradora de Justiça do MPRN

1997 – Chega a magistratura de segunda instância da Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, no dia 27 de novembro.

1998 - Judite Nunes também foi a primeira mulher a assumir a Presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RN), cargo que ocupou neste ano e em 1999.

2000 – Exerce a Presidência da Segunda Câmara Cível (2000-2001)

2007-2008 – Vice-presidente do TJRN

2009-2010 – Ouvidora do Poder Judiciário potiguar

2011 - Em 7 de janeiro desse ano, tomou posse como presidente do TJRN. A primeira mulher a administrar a Justiça Estadual em 120 anos de história. Presidiu o Poder Judiciário Norte-rio-grandense até 4 de janeiro de 2013

2013-2018 – Novamente presidente da 2ª Câmara Cível do TJ potiguar

Fonte: TJRN

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